terça-feira, 7 de junho de 2011

Jovens convivem com fobias diariamente




Ellem Fernanda Mascarenhas Rocha costuma ter cautela com as situações do dia-a-dia para evitar seus medos.

A convivência com o medo de objetos ou circunstâncias eleva a procura dos jovens por tratamentos específicos.


Insetos, aranhas, ratos, cobras, morcegos. Animais como estes podem despertar transtornos fóbicos em algumas pessoas que, na infância ou adolescência, passaram por situações de medo ou ansiedade. Com o tempo as reações podem desencadear crises semelhantes a do pânico e até comprometer o convívio social do jovem. Em geral, fobias caracterizam-se por traumas vividos no passado e quem possui este medo passa a ser alvo de críticas.

Há cerca de 18 anos, a Administradora de Empresas, Ellem Fernanda Mascarenhas Rocha, descobriu um pavor por escuro. Ela conta que tudo começou quando frequentava a casa da avó em um sítio e seus parentes apagavam todas as luzes na hora de dormir. “Isso para mim era o fim do mundo. Até hoje sinto falta de ar, como se alguém estivesse apertando o meu pescoço”. Além disso, Mascarenhas desenvolveu receio de altura e em muitas situações sente-se envergonhada do medo. “Às vezes uma simples escada de prédio me faz recuar”, revela.

No livro “Tipos de Fobias” de Jerson Aranha, elas são classificadas em três tipos: a Agrofobia (medo do agora, praças do mercado etc), a Social (quando o medo é acentuado e a pessoa fica envergonhada pela situação) e as Específicas (antecipação de coisas como voar, injeção, hospital, sangue, permanecer em locais fechados, elevador). Todas possuem tratamentos que minimizam ou auxiliam no desaparecimento dos medos.
 
A Técnica de Informática, Priscila Rodrigues Moreira, faz tratamento constante para superar o pavor de hospital. Em 2005, reagiu com pânico ao ser internada por dois dias. Desde então sempre que está doente e é cogitada a possibilidade de ir ao hospital ela busca outras formas de melhorar. “Muitas vezes sinto dores e me automedico”, confessa.

Existem diversas explicações em torno do tema, por exemplo o medo de uma borboleta não é real, o problema está na relação entre o sentimento sensorial diante do inseto, explica a psicóloga e autora do livro “Dirija a sua vida sem medo”, Olga Inês Tessari em uma entrevista ao Jornal Rudge Ramos extraída de seu website www.olgatessari.com. Mas a vendedora, Cintia Paula Rezende, que convive com esta fobia afirma que a sensação não é apenas repulsiva, ou seja de nojo, mas um sentimento do qual não consegue palavras concretas para explicar. “Sinto como se a borboleta fosse me atacar. Já passei por isso no meu trabalho e realmente foge do meu controle”.

São diversos os tipos de tratamentos e um dos mais utilizados é a terapia cognitiva comportamental que permite ao paciente ter um novo conhecimento sobre o que ele vive além de ser submetido às técnicas profissionais para alterar o comportamento.

O acompanhamento constante auxilia no convívio e na minimização do medo. “Desde que seja um tratamento com início, meio e fim, porque, em geral, as pessoas com fobia buscam uma fórmula mágica, um tratamento imediato, e têm por hábito abandonar a terapia mesmo antes de seu término por concluírem, por si mesmas, sem qualquer embasamento ou fundamento, que não vai dar certo mesmo”, explica Olga.

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