quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Empregos temporários estão em alta

 
José Cássio Procópio analisa currículos dos candidatos
 
Com a proximidade das festas de fim de ano, os empresários de Pouso Alegre têm optado pela contratação de empregos temporários para o período médio de três meses. O volume de clientes aumenta nesta época, consequentemente os estabelecimentos disponibilizam maior número de funcionários para atender a esta demanda de consumidores. Além disto, os proprietários aproveitam a oportunidade para capacitar os recém-colaboradores e selecionar aqueles que se destacam para ocupar o cargo de maneira definitiva.

Os empresários pousoalegrenses procuram adaptar os estabelecimentos para atender ao público neste período. O sócio de uma loja especializada em roupas e calçados, José Cássio Procópio, sempre procura pessoas qualificadas para completar o atendimento da empresa. Hoje ele conta com seis colaboradores e afirma que pretende contratar mais quatro, afim de, proporcionar mais conforto ao seu público. Segundo Cássio, os pré-requisitos exigidos são as características básicas de um bom vendedor. “Ter experiência em vendas é imprescindível, e mesmo quando a pessoa tem, procuramos moldá-la de acordo com nossas normas, além disso, precisamos de pessoas comunicativas”.

As solicitações de currículos nos balcões de empregos crescem nesta época. É o que a analista de Recursos Humanos de uma empresa especializada em recrutamento e seleção de candidatos, Danielle Tavares, confirma ao relatar que os pedidos aumentaram no último mês. “A maioria das empresas buscam contratar pessoas que ocupem o cargo de vendedor, principalmente temporários. Neste período, o comércio apresenta uma demanda maior de atividades, o que acarreta nestas contratações, desta forma, o quadro de colaboradores aumenta proporcionando um melhor atendimento aos clientes”.

Danielle ressaltou ainda que, os profissionais contratados devem dedicar-se para conseguir destaque na empresa. Nesta fase, as habilidades no atendimento ao cliente são, constantemente, analisadas e por isso, é a hora de aproveitar a oportunidade e crescer profissionalmente.

A recém contratada para um cargo temporário, Rosiane Ferreira Silva, afirmou que há vantagens relevantes neste período. Acredita ainda, que uma empresa selecione mais colaboradores para as festas de fim de ano devido ao aumento das atividades nesta época. “No meu ponto de vista, dependendo do cargo, a vantagem é a experiência. As características que o contratado deve ter para, de fato, ser inserido no quadro de funcionários são: interesse no que faz, mostrar muito serviço e querer muito o emprego”.

O bom atendimento e a agilidade dos vendedores agradam os consumidores. Com o intenso fluxo de pessoas nos estabelecimentos comerciais e a pressa em adquirir o produto desejado, faz com que os clientes optem por um funcionário mais ágil e atencioso. A estudante, que já trabalhou como temporária em uma empresa, Maria Clara Mendonça, relatou que a maneira do atendente abordar o consumidor e a maneira de conduzir uma venda, pode resultar no sucesso da compra. “Como já trabalhei em épocas como a de Natal, e como sou consumidora, vejo que este complemento na equipe que já está formada é essencial para, além de efetuar bons resultados, agradar o público de forma geral”.


*Texto publicado em 2009 pelo Jornal do Estado 

Jornalistas formados repudiam decisão do STF

 
O jornalista, Lucas da Silveira defende a união da classe
 
Após o Supremo Tribunal Federal (STF), ter revogado o Decreto-lei 972/69, profissionais do jornalismo de Pouso Alegre se manifestaram contrários à medida. A Lei regulamentava a atividade jornalística há 40 anos e estabelecia que o diploma era obrigatório para o exercício da profissão. Os ministros decidiram, com oito votos a um, que para exercer o jornalismo não é necessário haver formação acadêmica.

A editora, Carla Ramos, formada em jornalismo, concorda que vivência, experiência e talento são muito importantes nesta e em outras profissões. Muitas pessoas que possuem outras formações ou mesmo que não as possuam, sabem se expressar de forma coerente. Porém não há fatos que generalizem esta questão. “É uma visão romântica achar que para ser jornalista basta ter um bom texto ou uma boa oratória. Qualquer pessoa que cursou a faculdade de comunicação e soube tirar proveito do curso, sabe que a técnica e os conhecimentos adquiridos fazem a grande diferença”, afirmou.

De acordo com a assessora de comunicação, Cyntia Andrade, de maneira alguma o profissional de jornalismo é formado apenas pela prática. Durante toda a formação acadêmica ele adquire conhecimentos que farão a diferença para o mercado como, bagagem intelectual e retidão ética. “A graduação em jornalismo não nos proporciona somente conhecimentos técnicos, mas sim uma formação humanística e crítica. Passamos por disciplinas densas e bastante teóricas. Ele utiliza de fundamentos que vão além de definições ortográficas e gramaticais”, ressaltou.

No conteúdo do relatório em que os ministros expressaram os motivos para a decisão, o relator e presidente do STF, Gilmar Mendes, afirmou: “A vigente Constituição Federal garante a todos, indistintamente e sem quaisquer restrições, o direito à livre manifestação do pensamento (art. 5º, IV) e à liberdade de expressão, independentemente de censura ou licença (art. 5º, IX). São direitos difusos, assegurados a cada um e a todos, ao mesmo tempo, sem qualquer barreira de ordem social, econômica, religiosa, política, profissional ou cultural. Contudo, a questão que se coloca de forma específica diz respeito à liberdade do exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, ou, simplesmente, liberdade de profissão. Não se pode confundir liberdade de manifestação do pensamento ou de expressão com liberdade de profissão”.

Na visão do repórter, formado em jornalismo, Adevanir Vaz, é perigoso quando a credibilidade e a independência de um país são colocadas em prova, ainda mais quando se trata de um sistema democrático em consolidação e cheio de distorções. Além disso, diz ser impossível que profissionais de uma redação, consigam dar o devido suporte a uma pessoa, como um professor daria a um estudante do curso de jornalismo. “Seria de bom tom que os profissionais de jornalismo no Brasil tivessem uma formação acadêmica para que, ao menos, eles tenham consciência das transformações que podem promover em um país cujas distorções sociais e políticas maculam os ideais de justiça e liberdade defendida por nossos excelentíssimos ministros da corte maior quando da decisão de extinguir a obrigatoriedade do diploma para esta malfadada profissão”, considerou.

Quando uma categoria profissional é regulamentada por Lei, são determinados direitos aos que dela fazem parte, assim como, o estabelecimento de um piso salarial. Adevanir ressalta que as empresas jornalísticas contratam profissionais sem formação apenas para atender aos interesses específicos, “Outros aspectos da profissão, como remuneração e credibilidade, obviamente serão afetados por tabela”.

O jornalista, Lucas da Silveira, considerou lastimável e inconsequente a decisão do STF. Afirmou ainda, que o diploma de jornalista deve ser reconsiderado com urgência para garantir a qualidade dos meios de comunicação, bem como, a veracidade com que são veiculadas as informações. “A liberdade de expressão está aí, todos tem acesso, mas para trabalhar com comunicação é importantíssima e primordial o diploma de uma pessoa qualificada, no caso, o jornalista. Precisamos ter a classe unida e cobrar da Câmara Federal um projeto de lei para revalidar o diploma”, afirmou.


*Texto publicado em 2009 pelo Jornal do Estado 

Empresários e consumidores apostam no Cadastro Positivo

 
Comerciantes terão acesso a lista de bons pagadores
 
A criação do Cadastro Positivo de consumidores (Projeto de Lei nº 836/03), aprovado pela Câmara na última terça, 19, regulamentará as ações dos bancos de dados privados com o intuito de relacionar uma lista de bons pagadores. Além do histórico de pagamentos, constará também informações sobre a renda, na qual, permitirá que as empresas conheçam o perfil de seus clientes. Desta forma, mais contratos serão firmados uma vez que haverá uma maior facilidade de conseguir empréstimo. Isso acontece porque, o acesso ao nome dos consumidores que não atrasam contas direcionará a cobrança dos juros.

O supervisor do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), Márcio Lúcio dos Santos, afirma que com o Cadastro Positivo, o empresário terá mais uma ferramenta para análise de crédito. “Para os consumidores ocorrerá uma valorização aos que pagam em dia suas dívidas. As pessoas passarão a ter crédito mais barato. Ou seja, baseado no histórico do cliente, pode-se perceber qual o risco que ela denota para a inadimplência”, afirma.

Segundo o empresário, Marco Antônio Borges, que trabalha há 20 anos no ramo de tecidos, acredita que com a implantação do cadastro positivo as vendas vão melhorar. “Vai ser muito melhor vender para as pessoas inclusas no cadastro positivo, é mais uma forma de credibilidade no ato da venda e menos constrangedor para o cliente. Consultar dados negativos é sempre muito ruim, e negar uma venda é pior ainda. Tomara que dê certo!”, ressalta.

Para a consumidora, Marleide Viana de Deus, é muito desagradável comprar em um estabelecimento e saber que seu nome será consultado. “Às vezes a gente chega em uma loja sem saber direito se o nome está 'sujo', e acabamos com vergonha de comprar no crediário. Agora com este Cadastro, com certeza vou ter mais vontade de comprar, pois vou ser vista como boa pagadora”, conclui.

O Cadastro Positivo proíbe a negativação de devedores de água, gás, luz e telefone ou dívidas de até R$60,00. Além disso, para ser incluído, o consumidor terá que autorizar seu nome.

De acordo com a funcionária de uma financeira, Ceila Gomes, negativar um cliente por inadimplência do atraso de contas domésticas é relevante. “Não consideramos fator de risco o cliente que possui dívida derivadas de contas telefônicas. Analisamos muito mais do que isso para conceder um crédito. Com o Cadastro Positivo será mais fácil de entender o perfil do cliente”, considera.


A empresária e consumidora, Alessandra Salles Carvalho, acredita que esta nova forma de análise terá consequências positivas e negativas. “Com o Cadastro, ficará mais fácil de identificar as pessoas que têm compromisso com as dívidas, porém, se o cliente deixou de pagar uma conta por alguma razão, não terá o nome incluído na lista. Às vezes a pessoa sempre pagou em dia e por algum motivo deixou de cumprir com a obrigação. É preciso analisar de forma correta e balancear quais são as vantagens e quais são desvantagens para a sociedade consumidora”, diz.

*Texto divulgado em 2009 pelo Jornal do Estado 

Nova gripe alerta comércio

 
Funcionários utilizam álcool gel durante o expediente
 
Com a proliferação da Influenza A, comerciantes locais adotaram medidas de higiene como forma de assegurar a saúde dos funcionários. Para evitar a contaminação, empresários oferecem aos colaboradores produtos que neutralizam a ação do vírus. Além disto, os que apresentam sintomas da gripe são afastados das empresas.

A coordenadora de uma rede de lojas de Pouso Alegre, Tamyres Maciel dos Reis, afirmou que todos os procedimentos que a Central do estabelecimento orientou, estão colocados em práticas. “Todos os caixas possuem vidros de álcool em gel, para que assim que tenham contato com o dinheiro e cliente passarem nas mãos. Entregamos um formulário com os cuidados que os funcionários devem tomar. As gestantes ficarão até dia 31 afastadas para evitar”.

Segundo informações do Ministério da Saúde, o vírus H1N1 é transmitido pelo ar, por vias aéreas e pelo contato direto com pessoas contaminadas. Devido a estes fatores, Tamyres, relatou que uma das funcionárias da empresa teve sintomas de resfriados. “Ela ficou em casa e depois dos exames foi constatado que não era e já voltou ao trabalho. Só as gestantes mesmo que estão de licença”.

O proprietário de uma lanchonete no centro da cidade, Fernando Cabral, afirma que é fundamental ter esta consciência, pois como a transmissão é muito rápida, a manipulação de objetos e alimentos deve ter cautela redobrada. “Já alertei as meninas que trabalham comigo e deixei disponível o álcool para que as mesmas possam desinfetar as mãos.

A médica do trabalho, Laura C. M. Rosa de Souza, afirma que estas ações auxiliam no combate ao vírus, e principalmente na segurança dos trabalhadores. “Além da utilização do álcool, luvas e máscaras, é importante evitar aglomerações e locais com grande circulação de pessoas”.

A atitude dos empresários atraiu também clientes que buscam mais segurança na hora de realizar as compras. O consumidor Márcio Lúcio dos Santos, diz que passou a observar atentamente os locais que adotam a prevenção e acredita que em sua grande maioria estas atitudes diminuem o contágio da gripe. “Quando vou ao supermercado, por exemplo, procuro observar os cuidados que os funcionários têm ao manipular os alimentos, principalmente na padaria e açougue. Não acho que isso é exagero, entendo isso como uma forma de evitar que a gripe se espalhe mais”.

Para a proprietária de uma banca de revistas, Silvia Ribeiro, a grande circulação de pessoas, devido ao ponto de ônibus localizado próximo ao seu estabelecimento é um fator que possibilitada um maior contágio. “Estou fazendo de tudo para manter minha banca bem protegida. Utilizo o álcool toda vez que realizo uma venda. Faço a minha parte.”, conclui.


*texto divulgado em 2009 pelo Jornal do Estado 

Lei beneficia microempreendedores

 
Profissionais autônomos conquistam direitos trabalhistas
 

A Lei Complementar nº 128 de 2008, que institui o Microempreendedor Individual – MEI entrará em vigor em julho deste ano e proporcionará aos profissionais autônomos benefícios tributários fixos, como, 11% do salário mínimo (R$45,65) para o INSS, R$ 1,00 a título de ICMS e R$ 5,00 a título de ISS, quando for o caso. Esta nova categoria de empresários estará isenta dos tributos: Imposto de Renda, CSLL, IPI, INSS Patronal, PIS e COFINS. O MEI deverá ter receita bruta anual de até R$36.000,00 e não possuir sócio.

Em relação à cobertura previdenciária os direitos dos que se enquadram no MEI passam a estar garantidos, aposentadoria por idade ou invalidez, seguro reclusão, seguro por acidente de trabalho, licença-maternidade, entre outros. Além disso, ficam dispensados de contabilidade, pois, comprovarão a receita bruta mediante apresentação de registro de vendas ou de prestação de serviços. Assim, será dispensada a emissão do documento fiscal para consumidores finais.

Caso o MEI seja optante do Simples Nacional, ele poderá ter apenas um empregado, que ganhe até um salário mínimo ou o salário base de categoria profissional. E se, sua renda anual ultrapassar R$36.000,00 deixará de usufruir dos benefícios da Lei Complementar e também será excluído, voluntariamente ou mediante ofício expedido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, do Simples Nacional.

A costureira, Elenice da Silva, acredita que a nova Lei só lhe trará benefícios. “É muito importante que a gente regularize nossa atividade. Trabalho por conta própria há muitos anos e não tinha direitos, como aposentadoria, pois não podia pagar tantos impostos, agora poderei ser empresária mesmo, isso me deixa feliz”, ressalta.

Com relação ao Alvará de Funcionamento Provisório, a Lei Complementar descreve que poderá o município concedê-lo ao microempreendedor individual, microempresas e empresas de pequeno porte, caso estejam instaladas em áreas desprovidas de regulação fundiária legal ou com regulamentação precária ou na hipótese de que a atividade não gere grande circulação de pessoas.

O empreendedor, Anderson José dos Reis, disse que sua atividade é realizada em casa. “Até eu conseguir um local adequado, com ‘cara’ de empresa, continuarei meu trabalho em minha residência já que a Lei permite que tenhamos um Alvará de Funcionamento Provisório, isso é muito importante até conseguirmos estabilidade”, afirma.

O pipoqueiro, João Avelino da Silva, trabalha com a atividade há mais de 13 anos e disse que sua aposentadoria está longe de acontecer. “Acho que vou ter uma segurança agora. Vai ser bom falar que sou empresário. Mas vamos esperar o futuro né?”, conclui.


*Texto divulgado em 2009 pelo Jornal do Estado