quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Empresários e consumidores apostam no Cadastro Positivo

 
Comerciantes terão acesso a lista de bons pagadores
 
A criação do Cadastro Positivo de consumidores (Projeto de Lei nº 836/03), aprovado pela Câmara na última terça, 19, regulamentará as ações dos bancos de dados privados com o intuito de relacionar uma lista de bons pagadores. Além do histórico de pagamentos, constará também informações sobre a renda, na qual, permitirá que as empresas conheçam o perfil de seus clientes. Desta forma, mais contratos serão firmados uma vez que haverá uma maior facilidade de conseguir empréstimo. Isso acontece porque, o acesso ao nome dos consumidores que não atrasam contas direcionará a cobrança dos juros.

O supervisor do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), Márcio Lúcio dos Santos, afirma que com o Cadastro Positivo, o empresário terá mais uma ferramenta para análise de crédito. “Para os consumidores ocorrerá uma valorização aos que pagam em dia suas dívidas. As pessoas passarão a ter crédito mais barato. Ou seja, baseado no histórico do cliente, pode-se perceber qual o risco que ela denota para a inadimplência”, afirma.

Segundo o empresário, Marco Antônio Borges, que trabalha há 20 anos no ramo de tecidos, acredita que com a implantação do cadastro positivo as vendas vão melhorar. “Vai ser muito melhor vender para as pessoas inclusas no cadastro positivo, é mais uma forma de credibilidade no ato da venda e menos constrangedor para o cliente. Consultar dados negativos é sempre muito ruim, e negar uma venda é pior ainda. Tomara que dê certo!”, ressalta.

Para a consumidora, Marleide Viana de Deus, é muito desagradável comprar em um estabelecimento e saber que seu nome será consultado. “Às vezes a gente chega em uma loja sem saber direito se o nome está 'sujo', e acabamos com vergonha de comprar no crediário. Agora com este Cadastro, com certeza vou ter mais vontade de comprar, pois vou ser vista como boa pagadora”, conclui.

O Cadastro Positivo proíbe a negativação de devedores de água, gás, luz e telefone ou dívidas de até R$60,00. Além disso, para ser incluído, o consumidor terá que autorizar seu nome.

De acordo com a funcionária de uma financeira, Ceila Gomes, negativar um cliente por inadimplência do atraso de contas domésticas é relevante. “Não consideramos fator de risco o cliente que possui dívida derivadas de contas telefônicas. Analisamos muito mais do que isso para conceder um crédito. Com o Cadastro Positivo será mais fácil de entender o perfil do cliente”, considera.


A empresária e consumidora, Alessandra Salles Carvalho, acredita que esta nova forma de análise terá consequências positivas e negativas. “Com o Cadastro, ficará mais fácil de identificar as pessoas que têm compromisso com as dívidas, porém, se o cliente deixou de pagar uma conta por alguma razão, não terá o nome incluído na lista. Às vezes a pessoa sempre pagou em dia e por algum motivo deixou de cumprir com a obrigação. É preciso analisar de forma correta e balancear quais são as vantagens e quais são desvantagens para a sociedade consumidora”, diz.

*Texto divulgado em 2009 pelo Jornal do Estado 

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